sábado, 18 de setembro de 2010

Sofia

Pensava em Sofia
Pensava nos seus olhos negros como piche
Pensava no seu sorriso de começo de tarde
Pensava no crepúsculo que o iluminava
Sofia...
Sofia é nome com sonoridade própria
Sofia já era bela por seu próprio nome
So-fi-a
O nome desmancha na boca como algodão-doce
Chove lá fora e Sofia dança
Dança na chuva e rodopia
Troveja e ela dança sua dança
Ao som dessa música dos céus
E ele olhava Sofia
E ele amava Sofia
Sua Sofia
A Sofia que não existia
MAs ele também não
E ele e Sofia rodopiavam e dançavam na chuva
Deixando um rastro de fogo no céu

domingo, 9 de maio de 2010

Nothing to do

Chorar até que acabem minhas lágrimas
E depois chorar até que vertam lágrimas de sangue.
Morrer chorando pela dor que me consome a alma
Dor que confunde meus sentidos
Que me cega a tal ponto
Que tudo que vejo é um borrão vermelho na frente dos meus olhos
Dor essa que fez putrefato tudo que está a minha volta
(cheiro de sofrimento, cheiro de morte)
Dor que me desmembra, dor que me enlouquece
Dor e solidão que me mitigam
Solidão que me constrange a ponto d'eu não poder sair na rua
Neva dentro da minha alma
(e meu coração, que já é de pedra, congela)
Alma escura povoada de pesadelos e demônios
Morta e totalmente sozinha
Vago pelo imenso breu da moral
Assassino fantasmas para sobreviver a mim mesma
Eu sou minha própria esperança
Esperança fada a falhar
Vítima do mal, vítima daquilo que não compreendo
MEus outros Eus caminham sorreteramente tentando destruir-me
Vertigem da luz
Negro modo de morrer
Morrer de medo
Morrer de dor
Observam-me de longe
Dilaceram-me de longe
Matam-me de longe
Sangro!
Apenas para descobrir se ainda estou viva
Respiro
Respiro o mal, inspiro dor
Nobres sentimentos
Que perpetuam nossa indecência.
O crime dos inocentes
Incendeia o crepúsculo
Profanar o que é belo
Para matar o que é mau.
Não temos salvação
Sepulturas sem nome
Pessoas sem identidade
Prelúdio de guerra
Não quero meu nome sujo de sangue...
Não saber, nunca saber
Fechar os olhos
Para evitar ver o que é bom
Sufocar o que é puro
TRIUNFAR SOBRE NOSSA LAMA!!!!!!

Soneto da Despedida

Tenho segredos que não te contei
Há coisas que ficaram no ar
Dores eternas que nós criamos
Para a última vez que te bejei.

Preciso acordar de nossos sonhos
Das palavras mudas entre nós dois
São precipícios ondem jazem amores mortos
Povoados de corvos elarvas infelizes


Desejos e destinos incertos
Almas vazias, lábios secos, desertos de nós
Anjos mudos entre nossos restos

Queria te contar sobre meu dia
Mas só tenho teu espectro
E uma voz perdida que ecoa dentro de mim

domingo, 24 de janeiro de 2010

Pós-geração Coca-cola

Deviamos ter:
o senso de nossos pais,
a sensibilidade de nossos avós
e os sonhos da nossa geração

Mas o senso de nossos pais é tão tolo
(tolo quanto eles mesmos foram e quanto ainda são)
E a sensibilidade de nossos avós provocou guerras
(uma, duas, três e tantas mais quanto o ódio permitiu)
A geração deles tinha tantos sonhos...
e fez questão de destrui-los
esfacelando-os um a um.

E para nós deixaram somente pó
pó e poluição
Pó de estrelas que transformamos em ambição
Os sonhos da nossa geração morreram
Morreram antes da gente nascer
Morreremos secos
Sem sonhos, sem sentimentos, sem senso
Somos a geração que não existe
Somos o pó que algúem um dia sonhou que poderia existir

domingo, 17 de janeiro de 2010

Queria ser louco pra poder ler no infinito o que ontem reservou pra mim.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

E eu achei que pudesse tocar o céu, mas minhas asas me levaram ainda mais longe

sábado, 5 de dezembro de 2009

Arco-íris

Preencho de lirismo cinza as páginas em branco e percebo que não há cores suficientes para descrever o que sinto.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Ontem, dei meu último suspiro. E ele foi doce, tão doce
que somente as borboletas, as abelhas e os beija-flores escutaram.
E enquanto meu corpo fenecia, meu lirismo desabrochava em flor.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

E eu te amava, até que o Sol nasceu e descobri
que a vida era maior que eu mesma.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Amor de menina


Escrevi teu nome bem apertadinho
no canto do caderno
Para ninguém meis ler
Ainda escrevi ao inverso
Para enganar a todos...
E também a ti
Às vezes, me pergunto,
Como não lês em meus olhos
a confissão do meu amor
Amor de menina, amor puro
Amor que se escreve nas flores
Desses que não mais se vê
Amor que existe além das palavras
Que suspira e se encanta
Amor de verdade, amor inocente
Amor que ainda cora e se envergonha
Que se contenta en só existir
Esse é o meu amor por ti
Cor-de-rosa e com gosto de tutti-frutti.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Eclipse


Eu, mulher do subsolo
Ele, sr. Esperança
Eu, perdida, suja, prostituida
Ele, puro, translúcido, virgem
Eu, trevas
Ele, luz, imensidão
Eu, fim
Ele, começo.

Eu, a destruição dele
Ele, minha construção
Eu, que morro todo dia
Eu, que padeço de dor
Que invejo a felicidade
Que sofro calada a minha morte.

Ele, que é cinzas e Fênix
Ele, que suspira de alegria
Que ama a tudo e a todos
Que se revela e se despe
e explode em sua grandiosidade

Ele, amante e cálido
Eu, fria e desinteressada
Ele, tão verdadeiro, tão sublime
Eu, nada
Eu, morte
Ele, vida
Sol e Lua

Só nos resta o Eclipse.

Deslugar


Tem um homem no telhado
Tem uma borboleta no teto
(E um elefante rosa também)
Há guarda-chuvas no chão
(muitos e de todas as cores)
Há sapatos na janela
Livros no lixo
Cadeiras sobre as mesas
Inocentes em prisões
A grama é cinza e dura
(assim como as pessoa)
Os homens estão nas latas
Os peixes morreram afogados
A cozinha foi inyndada
Os sonhos ficaram no armário
Todas as almas têm furos
As fantasias são cinza-grafite
Os amores, quadriculados
(em branco e preto)
O céu ficou vermelho-sangue
O mas agora é marrom sujo
e eu perdida, tão perdida
Que nem a morte me resta

sábado, 31 de maio de 2008

Pai

Há mais de uma maneira de dizer
eu te amo;
Há quem diga com palavras,
E quem prefira o silêncio.
O olhar também revela...
Os beijos e abraços traduzem-se
em uma só palavra;
Para aquele que transpõe em gestos
e atitudes os sonhos
Que cria o palco de ilusões reais
E transforma mentiras em verdades,
Tempestades em nuvens,
Espinhos em flores.
Como a chuva que vem
e faz florescer doce melancolia.
Ele, que tarda o ocaso,
E antecipa a aurora.
Que possa sempre estar aqui,
Para que eu possa dizer sempre
Te amo, pai!
Ah, pai! Por que pai?
Palavras não transmitam tua
grandeza.
Meu medo desaparece diante de ti
desaparecem.
As lágrimas não rolam.
Nutrem-se de tua força
E me torno forte também.
Nobreza, tenacidade, paciência.
Ah, pai! De teu amor estou cercada
E por ele estou protegida.
Cantigas, beijos, abraços.
Pai, pequena palavra
Para um grande homem.
Te amo, pai!
Só quero dizer
Que te amo.

Para meu pai

sábado, 24 de maio de 2008

Para não dizer que não falei dele

Dedicado a Geraldo Vandré

Eu te amei
Mas eles te mataram
Sem pena alguma
Eles te assassinaram
E trouxeram a conhecimento do público
(Mas punidos não foram)
Foram até lovados.
Logo tu! Que era a própria
liberdade.
Tu, que gritou contra
o pior dos males.
Eles, vendidos então.
E sem vergonha nenhuma,
Vivo, te enterraram.
Das flores tu já falava.
Eles eram selvagens, malvados.
Tentaram ser civilizados,
mas tropeçaram em sua própria ganância
e inutilidade.
Foram violentos,
quando contra eles,
a verdade falaram.
Por isso te odiavam.
Tu amou, mesmo quando do ódio
precisou.
Por isso, tu foi perfeito.
E para eles, quase nada restou.
(Só uma arma),
Que contra ti usaram.

Alma


Meus pés estão molhados,
Nesse pântano escuro estou perdida
Apavorada, não enxergo onde piso.
Todos os sons me são estranhos e sombrios.
Escorrego no limo do esquecimento,
Não tenho fé ou esperanças.
Meus olhos fechados intensificam
minha solidão
Eu corro procurando entender
meus sonhos desfeitos
Tropeço na minha dor
Tenho aversão ao toque
do meu corpo com a terra alagado
Sinto a sujeira que me corroe a alma
Essa alma fria, atormentada e deserta.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Poema do rompimeto


Pensando bem,
Eu não te amo.
Porque francamente,
você é meio idiota.
Não que eu me importe.
Mas isso me irrita tanto
Que até me faz te odiar.

E não vou dizer "sinto muito".
Porque, afinal,
A culpa é tua!
Se você não fosse tão chato...
Mas você é.

Tá, eu sou meio cruel,
Eu sei, eu sei.
Mas se toca,
Eu tenho mais o que fazer
A te dar explicação.
(Ou carinho)

Pára de chorar.
Pára!
Isso é ridículo.
Você é ridículo.
Deus, eu mereço!
tá, eu fico mais um pouco.
Deus, você é tão babaca.

sábado, 17 de maio de 2008

Não sou nada


Assisto a vida passar pela janela.
Sinto a dor que cresce com as árvores.
Beijo a boca que xinga minha fala,
E penso: não sou nada.

Choro na chuva que lava meus pecadosl
Pisa na grama que enterra meus mortosl
Rezo para os demônios que invoquei,
E penso: não sou nada.

Faço de conta que sou feliz.
Agrado quem pensa que me conhece.
Tento não cortar os pulsos antes do anoitecer,
E durmo pensando: não sou nada.

Fogo

Crepita o fogo secular
Atravessa a escuridão
E queima,
Queima até não haver mais nada.
Fogueira dos hipócritas

Destruir as esperanças
e os sonhos
Viva a dor das chamas
Subterfúgio dos ignorantes
Sucumbir às crenças

Acabem com as bruxas
(enquanto há tempo)
Brasa avassaladora
Fé pungente em qualquer coisa


Purificar os pecados com fogo
Como fogo da morte
Matar, queimar, destruir...
Oh, inquisição moderna.
Oh, resurgir espetacular.
Oh, inocência devastada.
E queimar,
Queimar até não haver mais nada.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Virgens

Somos todos virgens
Virgens de sentimentos
Somos virgens e podres
Felizes em nossa podridão
Boca escancaranda rindo
Rindo desta superficialidade
generalizada
Dessa pseudovirgindade que
cremos dignificante

Hipócritas! Fracos! Sujos!

Escravos vazios do nada
Insignificantes palhaços a rir
E a cantar
A cantar nossas fraquezas

Baixos!

Tão baixos que nada enxergamos
acima de nossos pés
Orgulhamo-nos de nossas boas ações...
-Ora, bolas! Eu não sou vil, eu fiz não sei o que
para não sei quem.
Oh, meu deus, tão bons!

Como podemos ter saído tão podres?
Fracos! Putos! Podres!
Podres! Podres! Podres!
Podres a feder,
Fedendo vivos a morrer!

Tu


Tu não és como eu pensava,
Nem é como eu queria.
Não és o sol que me desperta,
Nem a dor que me mortifica.
Não és o que me alimenta,
Nem os sonhos que tenho.
Não és o amor da minha vida,
Nem o que mais temo.
Não és o que me encoraja,
Nem o que acredito.
Não és o que desprezo,
Nem aquilo que edifico.
Nã és aquilo que me alegra,
Nem o que me põe em desepero
Não és, ao menos, o que respiro.
Mas és o único que realmente preciso.

Papelaria

Comprei um marca-texto
amarelo.

Preferia um azul...

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Eu vou continuar

Eu não vou cair.
Não importa o que aconteça,
Eu não vou cair.
Mesmo que minhas pernas não mais
me sustentem,
Mesmo que eu não tenha mais forças,
Mesmo que eu esteja destruída,
Eu não vou cair.

E se eu cair,
Eu vou me levantar.
Mesmo quando eu estiver esgotada,
Mesmo quando eu não enxergar mais o sol,
Mesmo que não haja possibilidade,
Eu vou me levantar.
Mesmo que o fim esteja próximo.

Se eu não puder me levantar,
Vou continuar do jeito que posso.
Mesmo que meus braços não possam prosseguir,
Mesmo que os obstáculos sejam maiores que eu,
Mesmo que a dor seja insuportável,
Mesmo que eu esqueça de mim...
E mesmo quando me restar apenas um sopro de vida
Eu vou continuar.
Até que me reste somente a morte...

E ainda assim, eu vou continuar.

À beira-mar


Água fresca
Tua boca na minha
Sol, sal, suor
Amo-te e sabes disso

Céu azul e liberdade
Sombra em teu colo
Gosto de baunilha
Amor só é amor a teu lado

Cantigas de roda
Fogo, violão
Noite negra e estrelas
Teu corpo manchado de luar

Maresia e felicidade
Dormir junto a ti
Acordar com cheiro de tulipa
Mel em teus lábios

Pão quente e manteiga
Sonhar com lençóis brancos
Vento na cortina da sala
Nós dois no fim do arco-íris

Inocência

Não vou criar esperanças,
Sempre tão vãs e efêmeras,
Mas não posso evitar.
Tão crédula...
Mesmo quando cética
Uma flor de estufa
Minha ironia ainda é inocente
Como eu mesma.

Sem pretensões, sem ambigüidades,
Apenas a ingenuidade dos olhares de açúcar.
Borboletear pelos parques,
Sorver do vento a vida,
Beber a felicidade em teu riso,
Liberdade como bálsamo.

Pressupor o amor,
Porque afinal, tristezas acontecem.
O sol sempre acaba por brilhar.
E o luar é belo,
Mesmo quando se vive na noite.